“O governo pressiona o agricultor até que ele abandone a terra”
Durante reunião com representantes de sindicatos rurais da região, na tarde de terça-feira (29/08), o presidente da entidade em Sorocaba Luis Antonio Marcelo revelou a preocupação do setor com as mudanças propostas pelo governo Michel Temer. “Fizemos uma reunião aqui sobre os fatos que eles provocam, fazem suas mudanças sem nenhuma condição dos sindicatos aguentarem”, pontua. Para ele, enfraquecer a luta organizada traz consequências diretas para o pequeno produtor.
Segundo o dirigente, as mudanças na reforma trabalhista e também no que diz respeito aos sindicatos ligados à área rural são um tiro em um dos setores mais estratégicos do país. “É a área rural hoje que dá condições de o Brasil sobreviver, e o agricultor familiar é o que alimenta o país, enquanto o cereal, o milho e a soja, sustentam nossa balança cambial”, explica.
“O governo pressiona o agricultor até que ele abandone a terra”, alerta o sindicalista, para quem a situação pode ficar insustentável e por isso é preciso acordar. A intenção do encontro foi mobilizar os sindicatos para a situação, para que percebam as mudanças na agricultura em nossa região.
Os sindicalistas veem um futuro sombrio e por isso acreditam que somente a força conjunta pode fazer com que a voz dos agricultores sejam ouvidas pela Federação da Agricultura no Estado, a FAESP, e também em Brasília.
“Futuramente o sindicato não será mais órgão representativo de classe, porque o governo não quer. Essas medidas enfraquecem e em breve ele (o sindicato) será apenas um prestador de serviço e parceiro, mas não terá mais líderes que buscam resultados melhores para o setor produtivo. Nossa luta está sendo esquecida e desvirtuada”, alerta.
Sindicatos no escuro
Maurício Tachibana, presidente do Sindicato Rural de Ibiúna, vai além e revela que os sindicatos ficam em uma posição complicada até mesmo para seu público, uma vez que as medidas provisórias estão sendo aprovadas, mas ainda não há um texto final.
“Muitos buscam informações com a gente, mas enquanto o governo não decide o que vai fazer, a gente fica no escuro”.