Semana do meio ambiente: a sustentabilidade na agricultura familiar
A Semana Nacional do Ambiente, que se encerra no domingo 05/06, serve para refletir sobre a necessidade de resgatar o significado da palavra sustentabilidade, para que esteja presente em nossa filosofia de vida e atitudes sempre, e não apenas em uma data específica.
A partir desta segunda (30/05), várias cidades da Região Metropolitana de Sorocaba estão celebrando o momento com ações que vão do plantio de mudas a troca de livros. Estas são superimportantes e podem elevar o debate a respeito da necessidade de preservar o meio ambiente.
Mas, se fizer uma busca rápida nas notícias na internet, verá que o termo “sustentabilidade” está virando lugar comum. “Sustentabilidade da dívida pública”, “sustentabilidade empresarial”, “sustentabilidade como vantagem competitiva”. Perceba o quanto, principalmente, a última expressão soa paradoxal, uma vez que ser sustentável está mais ligado a ser solidário do que levar vantagem sobre o outro.
No que cabe aos seres humanos comprometidos com o presente e o futuro do planeta, é preciso batalhar para que o conceito de sustentabilidade não seja apenas um emblema em nossa camiseta ou na missão escrita no site da empresa. É preciso que esteja presente em nosso dia-a-dia e a Semana do Meio Ambiente deveria servir para levantar este debate.
Levando a questão para o campo, sustentabilidade não é apenas garantir a preservação do meio ambiente por meio de atitudes responsáveis por parte dos agricultores, como a redução ou mesmo eliminação de agrotóxicos. Lembramos que a sustentabilidade está baseada em três pilares: ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável.
Na prática, se a agricultor familiar (responsável por mais de 10% do produto interno bruto no Brasil) não tem acesso à terra, não é socialmente justo, não há sustentabilidade. Da mesma forma, quando o atravessador (quem comercializa) continua ganhando proporcionalmente muito mais do que o agricultor (quem prepara a terra, planta, cultiva e colhe), também não há sustentabilidade.
Por outro lado, o investimento em cooperativas e associações promove o fortalecimento da agricultura familiar, e isso sim é uma ação verdadeiramente sustentável, já que economicamente viável, socialmente justo e, por ser um modelo de agricultura que agride menos o meio ambiente, é ecologicamente correto.
Lembre-se que sustentabilidade é saber suprir as necessidades presentes sem interferir nas gerações futuras. É deixar a menor pegada possível no meio ambiente, é garantir acesso a todos e não privilégio de alguns, é ter uma economia que não necessariamente cresça indiscriminadamente a custa de muita desigualdade e degradação, mas que se sustente.
Ao longo da semana, publicaremos novos posts sobre sustentabilidade na prática, lembrando da importância da Semana Nacional de Meio Ambiente.